A febre maculosa e o meio ambiente

A febre maculosa e o meio ambiente

A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Rickettsia, presentes em carrapatos que podem atuar como hospedeiros amplificadores. Animais domésticos (cavalos, cães etc.) e silvestres (como capivaras) podem ser parasitados por carrapatos que carregam estas bactérias. A principal bactéria causadora de febre maculosa no Brasil é a Rickettsia rickettsii, responsável pelas formas mais graves da doença.

A febre maculosa e o meio ambiente

Sintomas

Quem contrai a febre maculosa geralmente apresenta sintomas entre 2 e 14 dias após o contágio. Esses sintomas incluem febre alta, dor de cabeça, dores pelo corpo, sensação de fadiga, perda de apetite, calafrios e náuseas. Além disso, é possível observar o surgimento de manchas nas palmas das mãos e solas dos pés. À medida que a doença progride, essas manchas podem se espalhar para outras regiões do corpo. A febre maculosa pode levar à morte caso a pessoa infectada não receba tratamento, porém pode ser facilmente curada se diagnosticada nos estágios iniciais.

Transmissão

A principal forma de contrair febre maculosa é por contato direto com carrapatos infectados, ou de forma indireta por contato com capivaras, ou com animais domésticos que, por terem acesso a áreas naturais, levam os carrapatos para suas casas.

Apesar de as capivaras poderem hospedar carrapatos que transmitem a febre maculosa, elas também são importantes aliadas para que pesquisadores que trabalham com epidemias possam monitorar a presença de bactérias causadoras da doença em uma região e os locais e épocas em que há maiores riscos de contaminação para seres humanos e assim facilitar que os profissionais da área da saúde adotem medidas para o diagnóstico, o tratamento e prevenção da febre maculosa. Portanto estes animais não devem ser incomodados ou maltratados, apenas deve-se evitar contato próximo com eles e com ambientes que frequentam. Adicionalmente, cavalos e cães também podem ser indicadores da presença de carrapatos infectados.

A febre maculosa e o meio ambiente

As mudanças climáticas causadas por atividades humanas podem afetar os ambientes naturais, causar aumento da população de carrapatos e, consequentemente, maior risco de transmissão da febre maculosa e outras doenças para humanos. Esta é mais uma das consequências alarmantes dos danos ​​à Terra devido ao uso não sustentável dos recursos naturais. Tais mudanças climáticas têm efeitos negativos sobre o meio ambiente e qualidade de vida da população humana, e segundo relatório da ONU divulgado em 2023, podem se agravar nas próximas décadas.

É essencial para aqueles que frequentam matas, áreas rurais, lagos, represas e até mesmo jardins redobrar os cuidados para evitar a febre maculosa, evitando quando o contato com a fauna silvestre e usando roupas e calçados adequados. Caso você suspeite que possa ter contraído a doença, procure atendimento médico e relate o provável local e/ou meio como pode ter contraído a doença.

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REFERÊNCIAS

Brasil. Febre maculosa: aspectos epidemiológicos, clínicos e ambientais. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 160 p.: i. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/febre-maculosa/febre-maculosa-aspactos-epidemiologicos-clinicos-e-ambientais.pdf

ONU. Synthesis Report of the IPCC Sixth Assessment Report (AR6) – Climate Change 2023. Disponível em: https://www.ipcc.ch/report/ar6/syr/

Parola P, Paddock CD, Socolovschi C, Labruna MB, Mediannikov O, Kernif T, Abdad MY, Stenos J, Bitam I, Fournier PE, Raoult D. Update on tick-borne rickettsioses around the world: a geographic approach. Clin Microbiol Rev. 2013 Oct;26(4):657-702. doi: 10.1128/CMR.00032-13. Erratum in: Clin Microbiol Rev. 2014 Jan;27(1):166. PMID: 24092850; PMCID: PMC3811236.

Parola P, Socolovschi C, Jeanjean L, Bitam I, Fournier PE, Sotto A, Labauge P, Raoult D. Warmer weather linked to tick attack and emergence of severe rickettsioses. PLoS Negl Trop Dis. 2008;2(11):e338. doi: 10.1371/journal.pntd.0000338. Epub 2008 Nov 18. PMID: 19015724; PMCID: PMC2581602.

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