Metas Climáticas

Metas Climáticas

Metas Climáticas: A Importância dos Compromissos Globais para o Futuro do Planeta

As metas climáticas são objetivos definidos por governos, empresas e organizações para mitigar as mudanças climáticas e reduzir os impactos das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Esses compromissos se tornaram fundamentais para assegurar um futuro mais sustentável e combater os efeitos adversos das alterações climáticas, como o aumento da temperatura global, a perda de biodiversidade e os eventos climáticos extremos.

Neste artigo da GreenView Engenharia & Consultoria Ambiental, vamos explorar o que são metas climáticas, sua importância, as principais iniciativas globais e o papel das empresas na busca por um mundo mais sustentável.

O que São Metas Climáticas?

As metas climáticas são compromissos quantitativos e temporais para a redução de emissões de gases de efeito estufa, o aumento da eficiência energética e o desenvolvimento de tecnologias limpas. Elas geralmente têm como horizonte o ano de 2050, prazo amplamente estabelecido como crucial para evitar que o aumento da temperatura média global ultrapasse 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais — limite definido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.

Essas metas podem variar conforme o setor e o país, mas algumas das mais comuns incluem:

  • Neutralidade de Carbono ou Net Zero: Compromisso de equilibrar a quantidade de emissões de carbono emitida com a quantidade removida da atmosfera até uma data específica.
  • Redução de Emissões Absolutas: Reduzir o total de GEE emitido, independentemente do crescimento da produção ou do aumento do consumo.
  • Aumento da Eficiência Energética: Reduzir o consumo de energia por meio de tecnologias e práticas mais eficientes.
  • Descarbonização da Matriz Energética: Substituição de fontes de energia fósseis por fontes renováveis, como solar e eólica.

A Importância das Metas Climáticas

A adoção de metas climáticas é uma resposta direta à necessidade urgente de combater a crise climática e suas consequências globais. Estudos apontam que, sem ações concretas, o planeta poderá enfrentar eventos extremos mais frequentes e intensos, como secas, inundações, tempestades e ondas de calor, além de impactos irreversíveis sobre ecossistemas e populações vulneráveis.

Entre os principais benefícios das metas climáticas estão:

  • Mitigação das Mudanças Climáticas: Reduzir a emissão de GEE é fundamental para limitar o aquecimento global e evitar os piores cenários climáticos.
  • Proteção da Biodiversidade: Com a redução do impacto humano sobre o clima, há uma chance maior de preservar ecossistemas e espécies ameaçadas.
  • Redução de Riscos Financeiros e Econômicos: Empresas e países que investem em sustentabilidade e em metas climáticas ficam menos expostos a riscos associados a eventos climáticos extremos e à volatilidade dos preços de combustíveis fósseis.
  • Fortalecimento da Reputação e Credibilidade: Ao adotar metas climáticas, as organizações demonstram comprometimento com a sustentabilidade, o que aumenta a confiança dos consumidores e investidores.

Iniciativas e Acordos Globais para Alcançar Metas Climáticas

A cooperação internacional é essencial para o cumprimento das metas climáticas. Diversos acordos globais e iniciativas foram criados para estabelecer diretrizes e compromissos conjuntos. Entre os mais importantes, destacam-se:

1. Acordo de Paris (2015)

O Acordo de Paris é um tratado internacional que reúne quase todos os países do mundo em um compromisso para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C ou, no máximo, 2°C. Para isso, cada país signatário deve apresentar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), metas de redução de emissões ajustadas conforme suas capacidades e realidades econômicas.

2. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Os ODS, estabelecidos pela ONU em 2015, são um conjunto de 17 objetivos que abordam questões ambientais, sociais e econômicas. O ODS 13, em especial, trata da ação contra a mudança global do clima e incentiva todos os países a adotar políticas e práticas que reduzam a emissão de GEE e promovam a resiliência climática.

3. Net Zero até 2050

A meta de alcançar a neutralidade de carbono até 2050 foi adotada por diversos países e empresas, que se comprometeram a reduzir suas emissões e compensar as inevitáveis por meio de tecnologias de captura e armazenamento de carbono, reflorestamento e outros métodos.

4. Iniciativas de Precificação de Carbono

Para incentivar a redução de emissões, muitos países e blocos econômicos adotaram mecanismos de precificação de carbono, como o mercado de carbono e os impostos sobre emissões. Esses mecanismos atribuem um custo ao carbono, incentivando empresas a reduzir suas emissões e investirem em tecnologias mais limpas.

O Papel das Empresas nas Metas Climáticas

As empresas desempenham um papel fundamental no cumprimento das metas climáticas. Elas são responsáveis por uma parcela significativa das emissões globais e, ao mesmo tempo, possuem capacidade de inovação e recursos para implementar mudanças significativas. Cada vez mais, empresas de diferentes setores adotam metas de neutralidade de carbono e investem em soluções de baixo carbono, como a adoção de energias renováveis, a melhoria da eficiência energética e a compensação de emissões.

Estratégias Corporativas para Atingir Metas Climáticas

  1. Redução das Emissões Diretas e Indiretas: Empresas podem adotar medidas para reduzir emissões em toda a sua cadeia de valor, incluindo fornecedores e parceiros.
  2. Investimento em Energias Renováveis: A substituição de fontes fósseis por fontes limpas, como energia solar e eólica, reduz as emissões e contribui para a descarbonização da matriz energética.
  3. Inovação e Eficiência Operacional: Tecnologias de ponta, como a captura de carbono e o uso de materiais sustentáveis, ajudam a reduzir o impacto ambiental.
  4. Compensação de Carbono: Para as emissões inevitáveis, as empresas podem investir em projetos de reflorestamento, preservação de ecossistemas e outros que gerem créditos de carbono.
  5. Engajamento e Educação dos Colaboradores: Engajar a equipe em práticas de sustentabilidade e treiná-la para identificar oportunidades de redução de impacto são fatores importantes para a integração da cultura sustentável.

Desafios para o Cumprimento das Metas Climáticas

Embora as metas climáticas sejam essenciais, o caminho para alcançá-las é repleto de desafios. Entre eles, destacam-se:

  • Falta de Padronização e Transparência: A ausência de critérios globais uniformes dificulta a avaliação das metas e dos avanços de cada país e setor.
  • Complexidade nas Cadeias de Valor: Muitas empresas têm cadeias de valor complexas, dificultando o monitoramento e a gestão das emissões indiretas.
  • Custo de Tecnologias Limpa: A implementação de tecnologias de baixo carbono exige investimentos iniciais significativos, o que pode ser uma barreira para empresas menores.

As metas climáticas representam um compromisso coletivo e urgente para garantir um futuro mais sustentável e resiliente. Governos, empresas e cidadãos têm um papel essencial nesse processo, e o cumprimento dessas metas exige uma transformação nas políticas, nos negócios e nos hábitos de consumo.

As empresas que abraçarem essas metas estarão não apenas contribuindo para um planeta mais saudável, mas também se posicionando de forma competitiva em um mercado cada vez mais consciente e regulado. Investir em ações climáticas hoje é um imperativo para assegurar a sobrevivência das empresas, a saúde do planeta e o bem-estar das próximas gerações.

Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) – Brasil 2024

A nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil estabelece como meta a redução das emissões líquidas de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, em relação aos níveis de 2005. Esse compromisso corresponde a um volume de emissões entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente, reforçando o alinhamento do Brasil com os objetivos do Acordo de Paris.

A NDC brasileira adota uma abordagem de “meta em banda”, indicando um objetivo ambicioso de corte de emissões de 67%, mas prevendo uma margem de variação para possíveis mudanças nos cenários econômicos, na cooperação internacional e nos avanços tecnológicos que podem afetar sua implementação até 2035.

Os novos Planos Setoriais de Mitigação, que estão em desenvolvimento e devem ser concluídos no primeiro semestre de 2025, definirão as reduções absolutas de emissões em todos os setores da economia. Essa estratégia visa posicionar o Brasil em direção à neutralidade climática até 2050 e manter o compromisso de limitar o aquecimento global a 1,5°C, conforme acordado na COP28 em 2023, em Dubai.

O Pacto entre os Três Poderes pela Transformação Ecológica, firmado em agosto de 2024, evidencia a determinação do Brasil em adotar um modelo de desenvolvimento que une prosperidade socioeconômica, justiça climática e preservação ambiental. Este novo paradigma reconhece a importância de valorizar a diversidade cultural e as práticas sustentáveis dos povos originários.

A nova NDC foi planejada também como uma plataforma para atrair investimentos internacionais voltados à inovação tecnológica, uso sustentável dos recursos naturais, aumento da produtividade, geração de emprego e renda, e redução das desigualdades. A implementação desse compromisso permitirá ao Brasil utilizar suas vantagens comparativas de sustentabilidade para fortalecer sua economia.

Guiada pelo Plano Clima, a nova NDC está estruturada em eixos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Desde 2023, o Governo Federal trabalha na elaboração desse plano, que inclui sete planos setoriais de mitigação e 16 de adaptação, além de mecanismos econômicos como a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos, o Programa Eco Invest Brasil, e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE).

A preservação dos biomas brasileiros, incluindo a Amazônia e o Cerrado, está no centro das iniciativas do Brasil. Programas como o PPCDAm e o PPCerrado foram fundamentais para reduzir o desmatamento. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, a Amazônia registrou uma queda de 30,6% no desmatamento, a maior em 15 anos, enquanto no Cerrado houve uma redução de 25,7%, alcançando o menor nível desde 2019. Essas ações evitaram a emissão de 400,8 milhões de toneladas de CO₂.

Desenvolvida com base em ciência atualizada e um processo participativo envolvendo diversos setores da sociedade, a nova NDC do Brasil simboliza um passo decisivo para um futuro mais sustentável. Com isso, o país busca não apenas cumprir suas metas climáticas, mas também se destacar como um modelo de desenvolvimento que equilibra inovação, sustentabilidade e prosperidade.

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