PCBs – Bifenilas Policloradas

PCBs - Bifenilas Policloradas

PCBs – Bifenilas Policloradas, o que são ?

As bifenilas policloradas (do inglês polychlorinated biphenyls – PCBs) são compostos aromáticos clorados artificialmente.

As PCBs são um grupo de produtos químicos orgânicos sintéticos que consistem em átomos de carbono, hidrogênio e cloro. O número de átomos de cloro e sua localização em uma molécula de PCB determinam muitas de suas propriedades físicas e químicas.

As PCBs não têm sabor ou cheiro conhecido e variam em consistência de um óleo a um sólido ceroso, ou pó branco.

As PCBs pertencem a uma ampla família de produtos químicos orgânicos artificiais conhecidos como hidrocarbonetos clorados. São resistentes à degradação térmica e química. As PCBs com maior quantidade de cloro são praticamente insolúveis em água e extremamente resistentes à degradação.

Nos Estados Unidos, as PCBs foram fabricados internamente de 1929 até que a fabricação foi proibida em 1979. Eles têm uma gama de toxicidade e variam em consistência de líquidos finos e claros a sólidos cerosos amarelos ou pretos.

No Brasil, o comércio e o uso é proibido desde 1981.

Uso Comercial das Bifenilas Policloradas – PCBs

Devido à sua não inflamabilidade, estabilidade química, alto ponto de ebulição e propriedades de isolamento elétrico, as PCBs foram usadas em centenas de aplicações industriais e comerciais, incluindo:

  • Fluidos dielétricos em capacitores e transformadores elétricos;
  • Turbinas de transmissão de gás;
  • Fluídos hidráulicos;
  • Resinas plastificantes;
  • Adesivos e fitas;
  • Sistemas de Transferência de Calor;
  • Aditivo antichama;
  • Reatores de luz fluorescente;
  • Acabamento de chão;
  • Reguladores de tesão;
  • Calafetagem;
  • Isolamentos de cabos;
  • Tintas à base de óleo;
  • Espumas;
  • Equipamentos elétricos,
  • Interruptores, fechadores, buchas e eletroímãs;
  • Óleos de corte e lubrificantes.

As PCBs usados nesses produtos eram misturas químicas feitas de uma variedade de componentes bifenil clorados individuais conhecidos como congêneres.

A maioria das misturas comerciais de PCBs são conhecidas nos Estados Unidos por seus nomes comerciais industriais, sendo o mais comum Aroclor.

Equipamentos contaminados pelas PCBs

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no Brasil, mesmo tendo proibido o uso de PCBs no ano de 1981, ainda existem equipamentos com a substância no país. Isso se deve ao fato de que muitos equipamentos elétricos possuem uma vida útil de 40 a 50 anos, alguns de até 60 anos. Dessa forma, as máquinas mais antigas que ainda estão em funcionamento provavelmente carregam as PCBs como fluido isolante ou como contaminantes do óleo isolante.

Outra possibilidade de se encontrar PCBs em alguns equipamentos se deve às contaminações cruzadas. Com a proibição do uso das PCBs, muitas empresas do setor elétrico começaram a retirar a substância do interior de seus equipamentos. Porém, como os mesmos são dotados de estruturas absorventes (madeira e papel), a limpeza dos equipamentos é um processo difícil e complexo de se realizar. Caso resquícios de PCBs permaneçam no equipamento, pode ocorrer a propagação da contaminação do novo líquido isolante.

Comportamento no meio ambiente

Pequenas quantidades dos compostos podem ser encontradas no ambiente decorrente de liberações que ocorreram no passado e da sua formação não intencional a partir de processos térmicos envolvendo matéria orgânica e cloro, como resultado da combustão incompleta ou reações químicas.

Esse grupo de substâncias é extremamente persistente no ambiente e
bioacumula nos organismos vivos, com biomagnificação ao longo da cadeia alimentar. Dessa forma, predadores em nível trófico alto apresentam as maiores concentrações de PCBs.

Liberação e exposição das Bifenilas Policloradas – PCBs

Atualmente as PCBs ainda podem ser liberados no ambiente através de:

  • Locais que possuem resíduos perigosos, sendo realizados com má gestão e sem a infraestrutura adequada e que possuem algum material que contenha e mantenha PCBs;
  • Despejo ilegal ou impróprio de resíduos de PCBs;
  • Vazamentos ou liberações de transformadores elétricos antigos contendo PCBs;
  • Descarte de produtos de consumo contendo PCBs em aterros municipais ou outros aterros não projetados para lidar com resíduos perigosos;
  • Queima de alguns resíduos de forma inadequada em incineradores industriais;
  • Queima de resíduos perigosos em fornos de cimento;
  • Produção de celulose com utilização de cloro elementar ou de substâncias químicas que geram cloro elementar, em processo de branqueamento; e
  • Processo térmicos na indústria metalúrgica.


As PCBs não se decompõem prontamente uma vez no ambiente. Elas podem permanecer por longos períodos circulando entre o ar, a água e o solo. As PCBs podem ser carregadas por longas distâncias e foram encontradas na neve e na água do mar em áreas distantes de onde foram lançados no meio ambiente. Como consequência, elas são encontrados em todo o mundo. Em geral, quanto mais leve a forma da PCB, mais longe ela pode ser transportada da fonte de contaminação.

As PCBs podem se acumular nas folhas e partes acima do solo de plantas e culturas alimentares. Elas também são absorvidas pelos corpos de pequenos organismos e peixes. Como resultado, as pessoas que ingerem peixes podem ser expostas as PCBs que foram bioacumuladas nos peixes que estão ingerindo.

PCBs e congêneres

O congênere PCB é qualquer composto químico único e bem definido na categoria PCB.

O nome de um congênere especifica o número total de substituintes de cloro e a posição de cada cloro. Por exemplo: 4,4′-Diclorobifenil é um congênere que compreende a estrutura bifenil com dois substituintes de cloro – um em cada um dos carbonos # 4 dos dois anéis.

Em 1980, foi desenvolvido um sistema de numeração que atribuiu um número sequencial a cada um dos 209 congêneres de PCB.

Homólogos de PCBs

Homólogos são subcategorias de congêneres de PCB que possuem números iguais de substituintes de cloro.

Por exemplo, os tetraclorobifenilos são todos congêneres de PCB com exatamente 4 substituintes de cloro que podem estar em qualquer arranjo.

Misturas de PCBs e nomes comerciais

Com poucas exceções, as PCBs foram fabricadas como uma mistura de congêneres individuais de PCBs.

Essas misturas foram criadas adicionando-se progressivamente mais cloro aos lotes de bifenil até que uma determinada porcentagem de cloro por peso fosse atingida.

As misturas comerciais com percentagens mais altas de cloro continham proporções mais altas de congêneres mais fortemente clorados, mas era de se esperar que todos os congêneres estivessem presentes em algum nível em todas as misturas.

Enquanto as PCBs foram fabricados e vendidos com vários nomes, o mais comum era a série Aroclor.

Aroclor é uma mistura de PCBs produzida aproximadamente de 1930 a 1979. É um dos nomes comerciais mais conhecidos para misturas de PCBs. Existem muitos tipos de Aroclors e cada um tem um número de sufixo distinto que indica o grau de cloração. O padrão de numeração para os diferentes Aroclors é o seguinte: Os primeiros dois dígitos geralmente se referem ao número de átomos de carbono nos anéis de fenil (para PCBs é 12). Os dois segundos números indicam a porcentagem de cloro em massa na mistura. Por exemplo, o nome Aroclor 1254 significa que a mistura contém aproximadamente 54% de cloro em peso.

As PCBs foram fabricadas e vendidas sob muitos nomes diferentes. Alguns desses nomes podem ser usados para substâncias ou misturas que não contêm PCBs. Muitos desses nomes foram usados com sufixos distintivos, indicando grau de cloração, tipo de formulação ou outras propriedades (por exemplo, Aroclor 1254; Clophen A60).

Exposição humana e efeitos na saúde

A exposição humana às PCBs pode ocorrer por via oral, respiratória e dérmica. A ingestão de alimentos é a principal via de introdução no organismo.

As PCBs apresentam ampla gama de mecanismos de ação para o desenvolvimento de efeitos tóxicos, que variam com o grau de halogenação, bem como a conformação molecular.

A exposição de animais a altos níveis de PCBs por curto prazo produziu efeitos hepáticos, hematológicos e endócrinos, danos renais e eventualmente a morte. Estudos epidemiológicos da exposição crônica às PCBs encontraram alterações hepáticas, imunológicas, oculares, dérmicas e na tireóide, efeitos neurocomportamentais, redução do peso ao nascer, toxicidade reprodutiva e aumento na incidência de tumores.

Estudos em humanos suportam evidências de potenciais efeitos cancerígenos e não cancerígenos das PCBs. Os diferentes efeitos das PCBs sobre a saúde podem estar relacionados. Alterações em um sistema podem ter implicações significativas para os outros sistemas do corpo.

As PCBs estão incluídas entre os poluentes prioritários para banimento e entre as substâncias classificadas pela ONU como poluentes “globalmente dispersos”, desde 1960. É um poluente orgânico persistente (POP).

Fonte: Ficha de Informação Toxicológica (FIT) da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB); Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e U.S. Environmental Protection Agency (U.S. EPA).

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