Relatório do Protocolo de Montreal

Relatório do Protocolo de Montreal

Relatório do Protocolo de Montreal: Impactos, Avanços e Desafios na Proteção da Camada de Ozônio

O Protocolo de Montreal sobre Substâncias que destroem a Camada de Ozônio, adotado em 1987 e em vigor desde 1989, é um dos tratados ambientais mais bem-sucedidos da história. Ele tem como objetivo eliminar gradualmente a produção e o consumo de substâncias responsáveis pelo esgotamento da camada de ozônio, como os clorofluorcarbonetos (CFCs), hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs) e brometos de metila.

Este artigo técnico da GreenView Engenhaia & Consultoria Ambiental explora os principais pontos dos relatórios recentes do Protocolo de Montreal, destacando seus avanços, desafios e impactos ambientais e climáticos.

O Papel do Protocolo de Montreal na Preservação da Camada de Ozônio

A camada de ozônio desempenha um papel essencial na proteção da vida terrestre, filtrando a radiação ultravioleta B (UV-B), que pode causar câncer de pele, catarata e danos ao ecossistema. O Protocolo de Montreal estabelece medidas para a eliminação progressiva de substâncias que destroem essa camada, promovendo sua recuperação ao longo das décadas.

Os relatórios do Painel de Avaliação Científica do Protocolo de Montreal indicam que a concentração de CFCs e HCFCs na atmosfera tem diminuído progressivamente, permitindo a recuperação da camada de ozônio em níveis próximos aos da década de 1980. Projeções indicam que, se as restrições forem mantidas, a recuperação completa da camada de ozônio poderá ocorrer até 2060.

Impactos do Protocolo de Montreal na Mitigação das Mudanças Climáticas

Além da proteção da camada de ozônio, o Protocolo de Montreal também tem um impacto significativo na redução das mudanças climáticas. Os CFCs e HCFCs são potentes gases de efeito estufa (GEE), e sua eliminação contribuiu para reduzir significativamente o impacto do aquecimento global.

Estudos demonstram que, sem a implementação do Protocolo de Montreal, a temperatura global poderia ter aumentado entre 0,5°C e 1°C a mais até 2050, devido ao efeito estufa dessas substâncias. Essa contribuição reforça a interconexão entre as políticas ambientais de proteção da camada de ozônio e a luta contra o aquecimento global.

Emendas e Atualizações: O Papel da Emenda de Kigali

Uma das atualizações mais importantes do Protocolo de Montreal é a Emenda de Kigali (2016), que visa à redução gradual dos hidrofluorcarbonetos (HFCs). Embora os HFCs não causem danos à camada de ozônio, eles possuem alto potencial de aquecimento global (GWP – Global Warming Potential), sendo até 14.800 vezes mais potentes que o dióxido de carbono (CO₂).

A Emenda de Kigali prevê que os países reduzam gradualmente o uso de HFCs em até 85% até 2047, incentivando a adoção de alternativas sustentáveis, como fluidos refrigerantes de baixo impacto ambiental.

Desafios e Perspectivas para o Futuro

Apesar dos avanços, o Protocolo de Montreal ainda enfrenta desafios, incluindo:

Uso contínuo de HCFCs em países em desenvolvimento: Embora sua eliminação esteja em andamento, alguns setores ainda dependem dessas substâncias, especialmente na refrigeração e ar-condicionado.

Emissões não declaradas de CFCs e HCFCs: Relatórios apontam que algumas emissões persistem, principalmente em países com infraestrutura precária de controle ambiental.

Transição para alternativas sustentáveis: A substituição dos HFCs exige investimentos em novas tecnologias de refrigeração, demandando apoio financeiro e técnico para países em desenvolvimento.

Entrega Anual do Relatório do Protocolo de Montreal no Brasil

No Brasil, o cumprimento das obrigações estabelecidas pelo Protocolo de Montreal é monitorado por meio de relatórios anuais exigidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Todas as pessoas jurídicas que importam, exportam, revendem, utilizam tecnicamente, reciclam, regeneram ou incineram substâncias controladas pelo Protocolo devem estar inscritas no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF/APP) e apresentar o Relatório de Atividades com Substâncias Sujeitas ao Controle pelo Protocolo de Montreal. ​

Procedimentos para a Entrega do Relatório Anual:

  1. Cadastro no CTF/APP: As empresas devem se cadastrar na categoria “Transporte, Terminais, Depósitos e Comércio – Comércio de produtos químicos e produtos perigosos – Protocolo de Montreal (18-10)”.​Serviços e Informações do Brasil+2 Serviços e Informações do Brasil+2 Serviços e Informações do Brasil+2.
  2. Preenchimento do Relatório: Após o cadastro, é necessário acessar o Sistema de Gerenciamento e Consumo de Substâncias Controladas pelo Protocolo de Montreal disponibilizado pelo Ibama. Nesse sistema, as empresas devem declarar informações referentes a:​ Serviços e Informações do Brasil+3 Serviços e Informações do Brasil+3 Serviços e Informações do Brasil+3.
    • Vendas: Detalhamento das substâncias vendidas, incluindo quantidade e destinatário.​
    • Compras: Registros das aquisições realizadas.​
    • Perdas: Informações sobre eventuais perdas de substâncias.​
    • Estoque Inicial: Quantidade de substâncias em estoque no início do período.​
    • Utilização: Dados sobre o uso das substâncias no processo produtivo.​
    • Transferências: Movimentações de substâncias entre unidades ou para terceiros.​
    • Fabricação, Regeneração, Incineração e Devolução: Outras atividades relacionadas às substâncias controladas.​ Serviços e Informações do Brasil+7Serviços e Informações do Brasil+7Serviços e Informações do Brasil+7.
  3. Prazos: O relatório deve ser submetido anualmente, conforme cronograma estabelecido pelo Ibama. Em situações excepcionais, como a pandemia de COVID-19, o Ibama pode prorrogar os prazos de entrega, visando atenuar eventuais obstáculos impostos aos cidadãos e empresas. ​

Importância do Relatório Anual:

A entrega pontual e precisa do Relatório Anual é fundamental para:​

  • Monitoramento Nacional: Permitir que o Ibama acompanhe o cumprimento das metas de redução e eliminação das substâncias que destroem a camada de ozônio, conforme estabelecido pelo Protocolo de Montreal.​
  • Transparência e Controle: Assegurar a transparência das atividades relacionadas às substâncias controladas, facilitando ações de fiscalização e controle ambiental.​
  • Compromissos Internacionais: Garantir que o Brasil cumpra suas obrigações internacionais, contribuindo para a proteção da camada de ozônio e para a mitigação das mudanças climáticas.​

O não cumprimento dessas obrigações pode acarretar sanções administrativas e comprometer a imagem da empresa perante o mercado e a sociedade.

O Protocolo de Montreal representa um marco na governança ambiental global, sendo um exemplo de como políticas ambientais eficazes podem mitigar impactos ambientais de escala global. Sua implementação bem-sucedida já evitou milhões de casos de câncer de pele e protegeu ecossistemas vulneráveis à radiação UV.

No entanto, a continuidade de seu sucesso depende de compromissos contínuos dos países signatários, avanços tecnológicos e fortalecimento das políticas ambientais globais. A Emenda de Kigali representa um passo fundamental para integrar a proteção da camada de ozônio e o combate às mudanças climáticas, promovendo uma transição sustentável para um futuro com menor impacto ambiental.

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