Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas CETESB

Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas CETESB

O gerenciamento de áreas contaminadas é hoje um campo consolidado e de alta relevância para a engenharia ambiental, a gestão pública e a proteção da saúde humana. No Estado de São Paulo, essa evolução foi marcada pela criação de uma metodologia própria, que passou por décadas de aprimoramento até alcançar o nível de complexidade e integração presente na terceira edição revisada e ampliada do Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC).

Essa edição, publicada em 2025, reflete o acúmulo de experiência técnica obtida ao longo de mais de 40 anos de atuação da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB na identificação, caracterização, recuperação e monitoramento de áreas com passivos ambientais. Mais do que uma simples atualização de diretrizes, o documento consolida práticas já estabelecidas, incorpora novas tecnologias de investigação e remediação, e integra os requisitos legais mais recentes, garantindo coerência com normas estaduais, federais e referências internacionais.

A versão atual mantém o formato em fascículos, o que permite revisões pontuais sempre que houver evolução científica, mudanças legislativas ou surgimento de novas técnicas aplicáveis. Essa estrutura flexível é estratégica: garante que o manual permaneça um instrumento vivo, capaz de se adaptar rapidamente às demandas de um campo dinâmico e multidisciplinar como o gerenciamento de áreas contaminadas. Clique aqui e acesse o manual, disponível no site da CETESB.

O manual cumpre dupla função:

  • Função consultiva: oferecer base técnica sólida e uniforme para profissionais da CETESB, órgãos ambientais municipais, empresas privadas e consultorias, reduzindo variações de interpretação e garantindo padronização metodológica.
  • Função propositiva: orientar a execução de atividades e decisões estratégicas, definindo fluxos, critérios e parâmetros técnicos que devem nortear intervenções.

Ao longo do texto, são apresentados conceitos fundamentais, detalhamento das etapas de identificação e reabilitação de áreas, critérios de classificação, métodos de investigação, definição de substâncias químicas de interesse e requisitos para elaboração de relatórios técnicos. É, portanto, uma obra que transcende o caráter normativo e se configura como referência técnica de alto nível, com impacto direto na proteção ambiental e na saúde pública

Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas - CETESB

Estrutura Geral do Manual

A 3ª edição do manual é organizada em 16 capítulos e 72 seções, todas publicadas em formato de fascículos individuais. Essa modularidade garante atualizações sem necessidade de revisão total da obra, e cada capítulo é dedicado a uma fase ou elemento específico do gerenciamento de áreas contaminadas.

Os capítulos seguem a lógica sequencial do processo de GAC, desde os fundamentos até a aplicação prática, passando por instrumentos complementares.

Quadro de capítulos e abrangência temática

  1. Introdução ao Gerenciamento de Áreas Contaminadas – conceitos, histórico, fundamentos de hidrogeologia, transporte de substâncias, medidas emergenciais.
  2. Bases Legais – legislação paulista, federal, estadunidense e europeia.
  3. Cadastro de Áreas Contaminadas e Reabilitadas – critérios, sistemas e divulgação.
  4. Identificação de Áreas com Potencial de Contaminação – critérios, fontes e priorização.
  5. Avaliação Preliminar – levantamento de informações, modelo conceitual inicial.
  6. Investigação Confirmatória – confirmação de contaminação e segundo modelo conceitual.
  7. Investigação Detalhada – delimitação de plumas e fontes.
  8. Avaliação de Risco – análise de exposição e impacto aos bens a proteger.
  9. Elaboração do Plano de Intervenção – seleção de medidas corretivas.
  10. Execução do Plano de Intervenção – aplicação das ações planejadas.
  11. Monitoramento para Encerramento – verificação de metas atingidas.
  12. Emissão do Termo de Reabilitação – formalização do encerramento do GAC.
  13. Acompanhamento de Medidas de Controle – manutenção e fiscalização pós-reabilitação.
  14. Técnicas de Investigação – métodos diretos e indiretos para caracterização ambiental.
  15. Medidas de Intervenção – tecnologias de remediação e contenção.
  16. Instrumentos Complementares – valores orientadores, FEPRAC, educação ambiental.

Conceitos Fundamentais

O GAC é um conjunto de ações destinadas a identificar, caracterizar e tratar áreas com contaminação para garantir seu uso seguro. Ele se apoia em conceitos-chave que permitem uniformidade técnica e clareza jurídica.

Classificações de áreas

O manual adota as definições previstas na legislação paulista e federal:

  • AP – Área com Potencial de Contaminação: local onde há ou houve atividade potencialmente geradora de contaminação.
  • AS – Área Suspeita: indícios de contaminação.
  • AC – Área Contaminada, subdividida em:
    • ACI – sob investigação;
    • ACRi – com risco confirmado;
    • ACRe – em processo de remediação;
    • ACRu – em processo de reutilização.
  • AME – Área em Monitoramento para Encerramento.
  • AR – Área Reabilitada para o Uso Declarado.

Fontes de Contaminação

O manual organiza as fontes conforme três critérios técnicos:

  1. Tipo de fonte
    • Potencial – estrutura ou equipamento que pode liberar contaminantes (tanques, tubulações, depósitos).
    • Primária – fonte ativa ou que já liberou contaminantes.
    • Secundária – compartimento ambiental contaminado que atua como nova fonte.
  2. Origem
    • Antrópica – decorrente de atividades humanas.
    • Natural – fenômenos ou condições naturais que geram contaminação.
  3. Forma de entrada
    • Pontual – liberação restrita a um ponto ou área pequena.
    • Difusa/multipontual – liberação ampla ou em vários pontos.

Estrutura Metodológica do GAC

A metodologia é dividida em dois grandes processos:

Processo de Identificação

Inclui:

  • Identificação de APs.
  • Avaliação Preliminar.
  • Investigação Confirmatória.
  • Investigação Detalhada.
  • Avaliação de Risco.

Processo de Reabilitação

Inclui:

  • Elaboração do Plano de Intervenção.
  • Execução do Plano.
  • Monitoramento para Encerramento.
  • Emissão do Termo de Reabilitação.
  • Acompanhamento de Medidas de Controle.

Modelo Conceitual da Área (MCA)

O MCA é a síntese técnica e visual das condições de contaminação, sendo atualizado a cada etapa. Descreve:

  • Fontes;
  • Vias de migração;
  • Receptores e bens a proteger;
  • Condições ambientais.

São previstos nove MCAs, do inicial (MCA 1) até o pós-reabilitação (MCA 8).

Substâncias Químicas de Interesse (SQI)

Critérios de definição:

  • Toxicidade;
  • Quantidade manuseada ou liberada;
  • Concentração no meio ambiente.

A lista é refinada ao longo das etapas, sendo definitiva na Avaliação de Risco.

Relatórios Técnicos

Cada etapa requer relatório com:

  • Justificativa;
  • Metodologia;
  • Resultados;
  • MCA atualizado;
  • Proposta de classificação;
  • Plano da etapa seguinte;
  • Documentação comprobatória.

Técnicas de Investigação

O manual descreve métodos diretos (sondagens, amostragens) e indiretos (geofísica, sensoriamento remoto) para caracterização geológica, hidrogeológica e da contaminação.

Medidas de Intervenção

Incluem:

  • Remediação por tratamento (ex.: biorremediação, oxidação química);
  • Contenção (barreiras hidráulicas e físicas);
  • Controle de engenharia (sistemas de extração de vapores);
  • Controle institucional (restrições de uso).

Instrumentos Complementares

  • Valores Orientadores – parâmetros de qualidade do solo e água subterrânea.
  • FEPRAC – Fundo Estadual para Prevenção e Remediação de Áreas Contaminadas.
  • Educação Ambiental – conscientização e prevenção.

A GreenView Engenharia & Consultoria Ambiental é uma Consultoria Ambiental, que executa todas as atividades relacionadas ao Gerenciamento de Áreas Contaminadas, como por exemplo a Avaliação Preliminar, Investigação Confirmatória, Investigação Detalhada, Avaliação de Risco à Saúde Humana, Plano de Intervenção, Remediação Ambiental, Plano de Desativação e Declaração de Encerramento, entre outros diversos estudos.

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Fonte: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).

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