O que é o mangue, manguezal ?

Mangue ou Manguezal é uma zona úmida, definida como “ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime das marés” (SCHAEFFER-NOVELLI, Y. Manguezal ecossistema entre a terra e o mar.São Paulo: Caribbean Ecological Research, 1995, p. 7).

Os manguezais são formados por uma série de fisionomias vegetais resistentes ao fluxo das máres, e portanto, ao sal, desde árvores e outras espécies arbustivas, passando por bancos de lama e de sal, salinas e pântanos salinos.

Entre essas fisionomias estão os apicuns, também chamados de “slagados”. Cientificamente são definidos como um ecótono, uma zona de transição, de solo geralmente arenoso, sem cobertura vegetal ou abrigando uma vegetação herbácea. (Adaptado do artigo de QUARTO, A. Brazil’s Shrimp Farm Industry: Not for the Birds. Mangrouve Action Project – MAP )

Fonte: Ministério do Meio Ambiente.

Importância do Mangue

Conforme o Atlas dos Manguezais do Brasil, os manguezais são um dos ecossistemas mais produtivos do planeta, e sua importância para a manutenção de bens e serviços é enorme.

Os manguezais são importantes sequestradores e estocadores de carbono na biomassa do solo. O processo de sequestro de carbono por área de florestas de mangue é da mesma grandeza do observado em outras florestas tropicais úmidas.

Quando se considera o reservatório de carbono contido na biomassa acima do solo, essa similaridade se mantém. Por outro lado, quando é considerado o estoque total de carbono no sistema, incluindo a biomassa subterrânea e estoque no solo, o estoque de carbono em manguezais tropicais por unidade de área é significamente maior que o observado em quaisquer florestas terrestres, incluindo as florestas tropicais úmidas, como a Amazônia.

Os manguezais ainda contribuem com a redução da vulnerabilidade da zona costeira às mudanças climáticas.

A região costeira apresenta elevada vulnerabilidade aos impactos relacionados às mudanças climáticas globais, que incluem alterações dos regimes de chuvas, alterações da temperatura, aumento de eventos extremos como tempestades e marés altas extremas, aumento da concentração de dióxido de carbono e elevação do nível médio do mar.

Apesar de os manguezais serem um dos sistemas mais vulneráveis às alterações previstas, esse ecossistema tem importante papel na redução da vulnerabilidade da zona costeira a essas alterações.

A presença desses sistemas pode reduzir a vulnerabilidade da zona costeira à ocorrência de tempestades e eventos extremos e a inundações, além de promover a retenção de sedimentos que contribui para compensar parcialmente a elevação do nível do mar e reduzir a vulnerabilidade a processos erosivos. Como exemplo recente, podemos citar o tsunami no Oceano Índico, em 2004.

É sabido que os manguezais serviam, em alguns pontos da costa, como redutor do impacto desse evento ao atingir o continente.

Fonte: Atlas dos Manguezais do Brasil, Brasília 2018. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Espécies vegetais típicas do manguezal

Mangue-vermelho (Rhizophora mangle) e mangue-preto (Avicennia schaueriana) formando a franja do manguezal ao longo do curso d’água.

Mangue-vermelho, mangue-sapateiro – Espécie que apresenta casca geralmente lisa e clara que, quando raspada, mostra uma cor avermelhada. Sua principal característica são as rizóforos (raízes-escora) que formam arcos característicos, capazes de sustentar a árvore e as raízes adventícias que partem dos troncos e dos galhos, atingindo e penetrando o substrato.

Mangue-preto, siriúba, seriba – Espécie que apresenta tronco geralmente de cor castanho-clara e que, quando raspado, mostra cor amarelada. Seu sistema de raízes difere do mangue-vermelho, pois apresenta um sistema de raízes radiais que crescem horizontalmente abaixo do substrato, formando uma verdadeira base
de sustentação para a árvore. Dessas raízes radiais surgem os pneumatóforos; raízes modificadas que crescem verticalmente, saindo do sedimento e expondo-se ao ar. Tal adaptação está relacionada às trocas gasosas necessárias à sobrevivência da árvore em um sedimento pouco oxigenado.

Mangue-branco, tinteira – a principal característica dessa espécie é a presença de glândulas não funcionais na base superior do pecíolo vermelho. No passado, essa glândula teve função nectárica, secretora de substâncias melíferas. Durante muito tempo se pensou que tais glândulas eliminassem sal. O sistema radicular do mangue-branco, do tipo radial,é semelhante ao da siriúba, porém com pneumatóforos menos desenvolvidos e em menor número. O extrato da casca tem propriedades terapêuticas contra tumores e os taninos ainda hoje são empregados no curtimento de couros, embora em pouquíssimos locais.

Fonte: Adaptado de Atlas dos Manguezais do Brasil, Brasília 2018. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

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